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TÃO BOM QUANTO

27/12/2019

David França Mendes

Aqui vai uma pequena lista, estritamente pessoal, de filmes adaptados de obras literárias. Usei dois critérios apenas para compor a lista: eu tinha que ter visto o filme e também lido o livro, e tinha que gostar tanto do filme quanto do livro (embora não necessariamente com a mesma intensidade). Aí vai:

‘Guerra Conjugal’ (1975), escrito e dirigido por Joaquim Pedro de Andrade, adaptado de contos de Dalton Trevisan.

O filme conquistou a admiração do autor curitibano, que o elogiou num artigo publicado no jornal O Globo pouco após a estreia do longa: “Melhor que o livro é essa fabulosa obra-prima dirigida com garra, humor e consciência crítica”.

‘O Céu que nos Protege’ (1990), escrito por Bernardo Bertolucci e Mark Peploe, a partir do romance de Paul Bowles, e dirigido por Bertolucci

Apesar do sucesso de crítica e público alcançado pelo filme, Bowles (à direita na foto) disse, num excesso de autocrítica muitos anos mais tarde, que seu livro não merecia ter chegado às telas pelas mãos do prestigiado diretor italiano (à esquerda).

– ‘A Mulher da Areia’ (1964), escrito por Kobo Abe e dirigido por Hiroshi Teshigahara, adaptado do romance de Kobo Abe

 

Com este filme, Hiroshi Teshigara tornou-se o primeiro japonês a ser indicado para um Oscar de na categoria Melhor Diretor.

‘Brás Cubas’ (1985), escrito e dirigido por Julio Bressane, adaptado do romance Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis

Na década de 40, Cândido Portinari, a convite do mecenas e empresário Raymundo de Castro Maia, ilustrou o romance de Machado de Assis para uma edição de luxo com pequena tiragem. Na adaptação de Julio Bressane, a famosa personagem de Marcela (figura à esquerda) foi interpretada por Regina Casé.

‘O Processo’ (1962), escrito e dirigido por Orson Welles, adaptado do romance de Franz Kafka

 

Orson Welles, que também atua no filme, quando questionado sobre a fidelidade de sua obra à novela de Kafka, declarou: “Não é nem mesmo baseado em ‘O Processo’. É um filme inspirado no livro, no qual Kafka é meu colaborador e parceiro”.

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