Nenhuma vida pertence inteiramente a si mesma, mas existem aquelas que se tornam um emblema. É o caso de Pagu, famoso apelido de Patrícia Galvão, autora de poemas, do romance Parque Industrial, que, sob pseudônimo, publicou em 1933, escrevendo também sobre literatura e arte na imprensa, já nos anos 50. Além de escritora, ela foi tradutora, desenhista, musa antropofágica, jornalista, mãe, militante comunista, feminista avant la lettre. Sua imagem ousada e sofrida reflete desejos e contradições não apenas de uma época, mas de uma longa luta, sempre renovada.
Em quatro encontros, este curso apresenta e discute não apenas a escritora mas o mito Pagu e a mulher Patrícia Galvão em suas múltiplas faces, expressas nos nomes que adotou: Pagu, Pátsi, Zazá, Mara Lobo, Solange Sohl, Ariel, e, em Paris, Léonie Boucher. O percurso passa por textos, arquivos, imagens, histórias reais e imaginárias. A cada giro do caleidoscópio, encontramos sob Pagu uma face de Patrícia, e sob as múltiplas faces de Patrícia, outras mulheres. Até chegar a nós.