Assim como às vezes acontece na escrita de reportagens, a produção de textos no jornalismo cultural pode tangenciar a linguagem da chamada não ficção literária, e até empregar técnicas da narrativa de ficção. Mas a cobertura do mundo da cultura tem lá suas características próprias e, na hora da prática, não é raro surgirem algumas dúvidas. Por exemplo: o apoio dos manuais de jornalismo garante uma boa escrita, mantendo os prazos exigidos? Como equilibrar o desejo de originalidade e os padrões dos textos que cobrem literatura, séries, filmes, música e outras produções culturais? Quais os segredos de uma resenha literária informativa e consistente, mas também capaz de atrair a atenção do leitor?
E há, ainda, outras etapas que conduzem à escrita propriamente dita: como construir uma pauta e encontrar personagens para o retrato de uma cena cultural? Qual o papel da entrevista na elaboração de um texto que pretende escapar dos clichês e enfrentar as questões mais espinhosas? Por meio de exemplos práticos, a ideia deste curso é discutir formas de escrever com clareza e simplicidade, sem, no entanto, baratear o que está sendo comentado. Para tanto, os encontros abordam, entre outras coisas, as técnicas de escrita criativa literária e os procedimentos utilizados por roteiristas de filmes e séries, valendo-se da experiência dos professores em diferentes áreas do jornalismo cultural.