Além de ser um gênero literário ao rés do chão, como definiu o crítico Antonio Candido, a crônica brasileira é adepta da arte de flanar pela cidade. Isolado ou afastado do passeio público e da boemia, o cronista viveu dias perturbadores, ou mesmo de bloqueio total durante a fase mais aguda da COVID-19. A peste interferiu nos textos, tornando-os menos líricos.
Ainda de máscara, a crônica retoma a sua vocação da ‘vagabundagem’ e invade as calçadas e esquinas. É hora de matar a fome de observação e escrita. Afinal de contas, dizia Balzac, o flâneur faz uma espécie de gastronomia do olhar. Este breve curso instiga os participantes a se engajarem na aventura do texto, com a ajuda dos nossos autores e autoras encantados com a alma das ruas, entre eles João do Rio, Lima Barreto, Rubem Braga, Clarice Lispector, Cidinha da Silva e outros nomes contemporâneos.