‘A memória sustenta a escrita. Escrever é escrever recordações’, diz a autora Camila Sosa Villada. Mesmo em romances, contos e outros gêneros de ficção, é comum os escritores admitirem que se basearam nas próprias lembranças para escrever seus livros. Isto sem falar nas biografias, autobiografias, ensaios e livros de memória, nos quais seu uso é notório. A memória é, de fato, uma das grandes matérias-primas da literatura.
Mas apesar de utilizadas com frequência, as recordações são um material complexo, com algo de realidade e, ao mesmo tempo, de invenção. Recriamos nosso passado a cada vez que o visitamos, e há também as relações com os acontecimentos reconstruídos pela História.
Entre as verdades e mentiras da memória, esta oficina explora as suas particularidades como fonte criativa em gêneros da ficção e da não ficção. Ao longo dos encontros, a discussão dos textos produzidos pelos participantes, associada à leitura de autores como Proust, Graciliano Ramos e Conceição Evaristo, irá revelar o potencial da memória individual e da coletiva como um recurso essencial para escritores.