A cidade é, entre muitas outras coisas, lugar de cruzamentos – de caminhos, pessoas, ações, ideias. E nela, a arquitetura é criadora de múltiplas formas de espaço que têm grande potencial simbólico, característica que ambas compartilham também com a literatura. Na perspectiva dessas interações, quatro palestras abordam os espaços da cidade moderna e da literatura na poesia de Baudelaire confrontada com as imagens de pensamento de Benjamin; na estrutura do livro O Jogo da Amarelinha, de Cortázar, aproximado às noções de deriva e psicogeografia de autores situacionistas, como Henri Lefebvre e Guy Debord; no espaço global divisado por Fredric Jameson em paralelo ao poema ‘Uma fotografia aérea’, de Ferreira Gullar; e, finalmente, nos temas contemporâneos do nevoeiro e do informe associados a certas passagens de Conrad, Drummond e Clarice Lispector.