Diários são gestos de criação de vida, de criação poética e de performances de si. E quando se trata de diários de escritores e escritoras, é possível pensá-los como obras, ou ao menos como complementos sobre o que impulsiona a literatura. Mas qual o presente do tempo da memória criada pela escrita? Como Sylvia Plath anotou, ‘não importa a certeza de que caráter é destino, nada é real, passado ou futuro, quando a gente fica sozinha no quarto com o relógio tiquetaqueando alto no falso brilho ilusório da luz elétrica’.
Neste curso, diários de Plath, Virginia Woolf, Carolina Maria de Jesus e Susan Sontag são abordados justamente como espaços em que elas se criaram. Conhecer seus registros, e mesmo suas lacunas, é como ativar suas vidas, convivendo, de alguma forma, com elas. Como uma oportunidade de entrar nos ateliês abertos de seus pensamentos e percorrê-los em seus meandros, suas possibilidades e dúvidas, na vida como na obra.