Vêm de muito tempo as relações entre a palavra, escrita ou falada, e o poder. Para ser eficaz, ele não é só força. Depende também da palavra, que muitas vezes é utilizada para persuadir os cidadãos e dar legitimidade a seus representantes. Não à toa, entre líderes políticos houve sempre alguns que usaram as palavras com habilidade semelhante à dos escritores, além de outros que, diante de momentos críticos, tiveram de adquirir desenvoltura com elas. Dentre as muitas narrativas de ficção que tratam dessas relações, o curso analisa e discute com os participantes a força da palavra em três filmes da última década.
Em O Discurso do Rei (2010), o monarca Jorge VI, que jamais quis ser rei, até porque era gago, deve aprender a discursar, se quiser se comunicar com os cidadãos do Reino Unido, durante uma guerra terrível. Já em O Destino de Uma Nação (2017), Winston Churchill, depois de assumir a chefia do governo na ‘mais difícil das horas’ da guerra contra os nazistas, trabalha para mobilizar ‘a língua inglesa contra Hitler’. Finalmente, em O Palácio Francês (2012), o ministro do Exterior da França constrói, nesta narrativa com ares de comédia, o discurso que fará na ONU para negar apoio à invasão norte-americana do Iraque. Em cada caso, palavra e poder são convocados de maneira diversa, e passo a passo, combinam-se alcançando resultados brilhantes.