
Sobre o curso
A literatura contemporânea vem apresentando maneiras bastante diversas de tratar a subjetividade, em autoras e autores das mais diferentes gerações em todo o mundo. Nessa linhagem, pode-se partir de Marguerite Duras e Simone de Beauvoir e seguir mais recentemente com a argentina Camila Sosa Villada ou a brasileira Ana Kiffer, além da incontornável Annie Ernaux e de Edouard Louis.
Nos cinco encontros deste curso, vamos tratar das diversas formas literárias onde o autor escreve sobre si próprio, apresentando e discutindo sua subjetividade e de como expressões de vida se mesclam ao contexto, à sociedade. Passando pelo diário que se mescla ao texto final, por relatos biográficos ou ‘autossociobiográficos’ – como diz Ernaux –, vamos falar desses vários tipos de potência narrativa, especialmente em escritas de mulheres, gays e trans.
1º encontro – O que é relatar a si e as diferenças entre suas várias possibilidades. O conceito de ‘experiência de vida’. As pioneiras: Marguerite Duras, especialmente com A Dor, e momentos de Simone de Beauvoir, como em seu Uma Morte Muito Suave.
2º encontro – Annie Ernaux e a consolidação de sua literatura premiada com o Nobel. Sua concepção de ‘autossociobiografia’. Leituras de O Acontecimento e comentários sobre a adaptação do romance para o cinema.
3º encontro – Edouard Louis e seus primeiros livros, como O Fim de Eddy. O relato doloroso de violências, incluindo o machismo em família, como outra possibilidade de ‘autossociobiografia’.
4º encontro – Entre a ficção e a poesia. Uma narrativa de vida em tempos da ditadura no Brasil no livro No Muro de Nossa Casa, de Ana Kiffer.
5º encontro: O Parque das Irmãs Magníficas, romance da escritora trans argentina Camila Sosa Villada, mostrando uma vida construída apesar da discriminação, no qual a narrativa realista se mescla ao real imaginado latino-americano.