
Sobre o curso
Entre as formas do conto, do romance e do ensaio, a literatura contemporânea tem o poder de revelar e confrontar estruturas de opressão, explorando a escrita como ato político de denúncia, resistência e criação de futuros. Este curso aborda questões como essas, destacando textos selecionados de Mariana Enriquez, Selva Almada e Patrícia Melo, autoras que mostram como o trauma político coletivo se relaciona com a escrita do trauma individual.
Cada encontro inclui uma parte expositiva seguida de discussão coletiva sobre a autora e os temas em questão. Os participantes são também convidados a experimentar a escrita de um conto breve.
Encontro 1 – Fogo inaugural: a escrita como sobrevivência e libertação
Partindo do conto ‘As coisas que perdemos no fogo’, do livro de mesmo título de Mariana
Enríquez, vamos discutir os temas da clausura, do silêncio e da loucura como metáforas de opressão e, ainda, o corpo feminino e a escrita como fuga.
Encontro 2 – Horror social e feminicídios narrados
A partir da leitura de um trecho de Garotas Mortas, de Selva Almada, este encontro aborda o feminicídio como trauma coletivo e a literatura como memorial de vítimas e denúncia social.
Encontro 3 – Corpos insurgentes e linguagens do grotesco
Com base na leitura comentada de um trecho do romance Mulheres Empilhadas, de Patrícia
Melo, e de outros textos selecionados que misturam prazer e morte, vamos conversar
sobre a fabulação do grotesco e a subversão do corpo na literatura.
Encontro 4 – Narrativas de fogo e futuro
– A recriação do horror íntimo, social e cósmico em autoras contemporâneas.
– A literatura como ferramenta de futuro e de resistência simbólica
– Exercício final: escrita de um conto breve (até uma página), no qual a narração projeta
um futuro incendiário