
Sobre o curso
Qual a diferença entre narrar uma história ficcional e narrar uma experiência vivida de fato? Quem escreve pode lidar com essa questão a partir de certas estratégias. Por exemplo, as maneiras diversas de fazer com que o leitor se coloque no lugar da experiência narrada, sentindo, até o limite do possível, como se também a tivesse vivido. Vale a pena, ainda, conhecer e explorar as diferenças de efeito, os contrastes de tom e as particularidades que caracterizam, desse ponto de vista, textos de ficção e de não ficção.
Essas são algumas estratégias que serão trabalhadas nesta oficina, passando por exemplos da literatura de Annie Ernaux, Elena Ferrante, Susan Sontag, Jorge Larrosa Bondía e outros, para compreender como são narradores brilhantes, mesmo sendo tão diversos na sua escrita. Também vamos ler trechos dos diários de Kafka, Virginia Woolf e Atef Abu Saif, para refletir sobre por que relatos de memória tendem a ser fragmentados, hesitantes e até contraditórios, passando longe da narrativa linear e segura de algumas obras de ficção.
A cada encontro, os participantes serão convidados a escrever pequenos textos, explorando essas ideias e procedimentos, reforçando assim a aposta no gesto mais humano de que somos capazes: o de compartilhar histórias.