Desde o seu surgimento, a psicanálise se valeu da literatura para desenvolver alguns de seus conceitos fundamentais, recorrendo a diversas personagens literárias e narrativas míticas. O caminho inverso também existiu, com a psicanálise influenciando não só a literatura, como diversas outras artes. O curso aborda as relações entre o surrealismo e a psicanálise, enfatizando a tensão entre poesia, romance e pintura, enquanto linguagens em diálogo. Nadja, o romance de André Breton, poemas de Paul Éluard e trabalhos de Max Ernst são algumas das obras comentadas, entre outras que evidenciam como as técnicas de montagem e colagem adquiriram diferentes sentidos, primeiro nos anos 1920 e 30 e depois na década de 1960, quando voltaram a estar em voga. Por meio de um percurso cronológico das variedades da escrita nestes dois momentos do surrealismo, é possível compreender também as raízes de certas tendências importantes na literatura atual.