Desde seu surgimento, a psicanálise se valeu da literatura para desenvolver alguns conceitos fundamentais. O caminho inverso também sempre foi importante, com a influência da psicanálise na produção de muitos escritores e artistas de outras linguagens. No Brasil, a introdução da psicanálise nos anos 1920 tem intersecções significativas com a linhagem do chamado modernismo paulista, a partir da realização da Semana de Arte Moderna. Mário de Andrade estava a par da teoria freudiana e Oswald de Andrade menciona Freud em seus manifestos. Durval Marcondes, um dos fundadores da primeira instituição psicanalítica do país, a Sociedade Brasileira de Psicanálise, publicou um poema na revista modernista Klaxon e Menotti del Pichia, participante das batalhas iniciais do modernismo, estava entre os primeiros inscritos da SBP, em 1927.
Em dois encontros, o curso aborda a presença e a expressão da psicanálise na esfera da Semana e seus desdobramentos, nas obras daqueles autores e de outros, como Flávio de Carvalho. Mostra ainda a presença do legado modernista, especialmente nas vanguardas dos anos 1960, chegando a reformulações literárias e psicanalíticas contemporâneas.