No Brasil, Pier Paolo Pasolini é conhecido principalmente como o cineasta de filmes marcantes como Mamma Roma, Édipo Rei, Teorema, ou os da sua ‘trilogia da vida’, que inclui O Decameron. Mas Pasolini, que faria 100 anos em março deste ano, foi primeiro um escritor, poeta e romancista, e também roteirista e crítico, participando ativamente das questões polêmicas de sua época. Desde os anos 1960, sua produção chega em ondas na vida cultural brasileira, continuando agora com as novas traduções de sua poesia e de seu ‘ensaísmo de urgência’, reunido no livro Escritos Corsários, com textos que têm bastante a dizer aos tempos atuais.
Ao longo dos quatro encontros deste curso, entre as várias entradas possíveis para se conhecer sua obra multiforme, a figura do escritor não se afasta daquela do pensador, seguindo de perto o que Roberto Esposito escreveu sobre ele: ‘o pensamento de Pasolini prospera nas zonas mais densas da matéria social: a política, a história e a vida’.