A arte e a literatura indígenas, com narrativas de diversos povos originários, vêm progressivamente se tornando mais presentes na sociedade brasileira de várias maneiras, inclusive em exposições, feiras literárias e catálogos de grandes editoras. Esse processo, fruto de um histórico de reivindicações, passa pela necessária revisão de antigas noções de identidade nacional, assumindo uma perspectiva verdadeiramente pluricultural.
Compreender o alcance dessas narrativas é também uma oportunidade de repensar o país e sua produção artística e literária. Nesse sentido, as práticas indígenas apontam para outras formas de fazer literatura, em um universo menos centrado no sujeito, na palavra escrita e na linearidade, e mais voltado para uma escrita do corpo e da natureza. Em quatro encontros, o curso apresenta e discute textos e outras obras de procedência indígena, possibilitando imaginar novas formas de escrita, repensar os gêneros literários e os modos de olhar para o mundo e para a própria subjetividade.