O escritor ensaísta não parece se interessar tanto pelo ponto de chegada, mas sim pelo próprio percurso e por todas as experimentações e desvios que ele permite. Não à toa, Theodor Adorno definiu o gênero por sua ‘intenção tateante’. Ao escrevermos um ensaio, tateamos algo da experiência humana a partir de referências, memórias, cenas e personagens, sem o imperativo de evidenciar uma conclusão. Essa lógica já está no DNA do gênero, ainda no século XVI, quando Michel de Montaigne usou a palavra ‘essai’ (tentativa) para batizar seus escritos.
Partindo de Montaigne e passando por Virginia Woolf, Natalia Ginzburg, James Baldwin e os contemporâneos Geoff Dyer, Ricardo Piglia e Lina Meruane, a oficina percorre as múltiplas possibilidades do gênero, discutindo alguns textos desses autores. Enquanto mapeiam as suas amplas fronteiras, o objetivo principal é propor aos participantes a exploração do ensaio na prática, por meio de exercícios desenvolvidos durante a oficina, de modo que cada um possa encontrar e aprimorar o seu estilo de escrita ensaística.