A literatura de um país é um mapa confiável das grandes questões nacionais. No Brasil, há um número considerável de romances, contos, crônicas, poemas e – por que não? – letras de canção que mantêm um rico diálogo com autores do nosso pensamento social, confirmando ou confrontando suas ideias.
Partindo da produção do séc. XX, as aulas discutem intersecções entre o melhor de nossa produção literária e ensaística, com exemplos de diversos escritores, para construir um amplo painel de como a imaginação literária tem lidado com nossa viabilidade como um só povo, uma nação.
Os encontros abrangem desde o positivismo e a ideologia do ‘branqueamento’ (em autores como Lima Barreto e Machado de Assis) até a celebração da mestiçagem (por um Jorge Amado ou pelos modernistas, mas menos por Guimarães Rosa), seguida de sua forte revisão crítica posterior. O curso passa também pelas heranças das culturas indígenas e pelos problemas da vida urbana, entre outros temas entrelaçados a questões de gênero, raça ou classe (como em Clarice Lispector, Carolina Maria de Jesus ou Chico Buarque), chegando à abordagem contemporânea da representação identitária (em Paulo Scott e outros escritores e escritoras).