Lima Barreto conquistou duramente espaços para a sua literatura de temática social, com artigos e crônicas em jornais e revistas e publicando vários livros, entre eles alguns que vieram a consolidar sua importância na literatura brasileira. No entanto, depois de sua morte, em 1922, sua obra ficou relegada a segundo plano por décadas. Inicialmente recuperada por seu biógrafo Francisco de Assis Barbosa, ainda nos anos 50, nos últimos tempos desperta cada vez mais interesse, motivando respostas diversas à questão: como ler Lima Barreto hoje?
Com base nas ideias do autor sobre uma ‘literatura militante’ e universal, expostas principalmente no texto ‘O Destino da Literatura’, o curso oferece uma das possíveis respostas: a partir dele mesmo. Destacando os principais momentos de sua obra, desde o primeiro romance, Recordações do Escrivão Isaías Caminha, até Clara dos Anjos, livro póstumo, passando pelo mais conhecido de todos, Triste Fim de Policarpo Quaresma, os encontros mostram como ele forjou suas personagens numa linguagem fluente, mantendo o desafio de criticar a desigualdade racial e fomentar laços de solidariedade que extrapolem as fronteiras identitárias. A atualidade de Lima está ligada à força de um autor que fez da literatura tanto uma arma de crítica quanto fonte de vida.