Em um de seus filmes ensaísticos, o inquieto cineasta Jean-Luc Godard aparece em pessoa e faz uma reflexão que pode ser resumida na seguinte fórmula: a cultura é a regra, a arte é a exceção. Ainda que não deva ser adotada justamente como regra, essa ideia serve de porta de entrada, na área da literatura, para uma significativa linhagem de escritores, de tempos e lugares diversos. São autores do que merece ser chamado de ‘escritas subversivas’, cuja produção se desenvolve marcadamente pela fuga das convenções vigentes, criando expressões perturbadoras que destoam do mainstream e abrem caminhos alternativos para o trabalho literário.

Na literatura moderna e na mais contemporânea há entre esses autores nomes como Virginia Woolf, Samuel Beckett, Marguerite Duras, Allen Ginsberg, Lydia Davis, Maria Gabriela Llansol; e, entre nós, Oswald de Andrade, Roberto Piva, Haroldo de Campos, Hilda Hilst ou Evandro Affonso Ferreira. Levando em conta as características específicas de cada escritor abordado, o curso contextualiza, analisa e discute, em seis encontros, os parâmetros principais para o reconhecimento da força libertadora contida na escrita de autores dessa linhagem.