Narrar as experiências individuais e familiares serve à escrita de diferentes gêneros literários, como crônicas, contos e romances. Em todos eles, a escrita de si não apenas documenta as próprias memórias, mas também a memória coletiva, além de abrir a possibilidade de ressignificar experiências subjetivas. A escrita autobiográfica desperta, em quem escreve e em quem lê, lembranças voluntárias e involuntárias e, ao escavar o passado, acaba por transformar também o presente.
A ‘escrevivência’, conceito criado por Conceição Evaristo há mais de duas décadas, é uma prática na qual ‘a vida se escreve na vivência de cada pessoa, assim como cada um escreve o mundo que enfrenta’. Trata-se de uma forma de combinar as memórias e a linguagem. Nesta oficina, a partir da leitura de trechos autobiográficos de escritoras negras – como Esperança Garcia, Carolina Maria de Jesus, Lélia Gonzalez e a própria Conceição Evaristo – são propostos aos participantes exercícios de escrita e reflexões teóricas sobre a escrevivência e a escrita de si.