Quem se aventura por Zazie no Metrô não esquece a protagonista inventada por Raymond Queneau, com sua linguagem encantadora, mas também bastante atrevida. Além das espirituosas estripulias do enredo pelas ruas de Paris, o romance é recheado de invenções de vocabulário, jogos com a oralidade e mistura de registros linguísticos, em construções muitas vezes inusuais.
Aproveitando a estimulante riqueza de procedimentos do livro de Queneau, a oficina parte da leitura de trechos selecionados, que, com astúcia e bom humor, inspiram exercícios diversos a serem feitos pelos participantes. A prática da escrita na oficina combinada com a análise de estratégias narrativas do romance promete um despretensioso passeio literário, no mesmo espírito do feriado em que a inquieta Zazie circula também pelo potencial de criações com a linguagem.