Assim como outras artes, a poesia pode se engajar nas lutas de uma sociedade. De maneiras diversas, lançando mão de todo o potencial da representação literária, os poetas são capazes de dar conta do mundo e definir novos contornos para as suas contradições, percebendo o que às vezes escapa até mesmo a historiadores e sociólogos.
Este curso explora as literaturas independentistas do Brasil, de Angola e Moçambique, nos séculos XIX e XX (vale lembrar que a independência não significou o fim do escravismo no Brasil, nem livrou os dois países africanos do imperialismo europeu), dando destaque à produção de seus poetas negros, como Luís Gama, Cruz e Sousa, José Craveirinha, Noêmia de Souza, Agostinho, Rui Mingas, e ainda Castro Alves. Textos selecionados desses autores são comentados e analisados, com especial atenção para o diálogo que estabelecem entre si e com o contexto histórico e social de suas respectivas nações, oferecendo uma compreensão ampliada da expressão do engajamento na literatura e outros reflexos dos processos de emancipação.