Um único diário pode servir a muitos propósitos. Talvez o mais famoso deles, o da menina judia Anne Frank, é o registro de um momento histórico, uma ferramenta de autoanálise, um inventário de cenas cotidianas, e também um trabalho literário, que ilumina a experiência humana. Além disso, para muita gente o diário é o primeiro meio de contato com a escrita. Um espaço livre de julgamentos, onde todas as confissões e testes são possíveis. Por isso, não é raro que escritores recorram a ele para refletir sobre seu processo criativo e fazer experimentações. Definido por seu intimismo, que leva os autores a uma exposição não vista em outras páginas, ele se transforma no (e pelo) processo de publicação. Com o auxílio de exemplos de diários de Virginia Woolf, Susan Sontag, Carolina Maria de Jesus, Anais Nin e Samuel Pepys, o curso analisa suas possibilidades literárias e históricas, investigando também as peculiaridades de sua produção, com exercícios de escrita realizados pelos participantes.