Quantas vezes uma fotografia riscada, a visão de uma estrada vazia, restos de construções, pessoas em movimento numa terra calcinada e mais imagens assim inspiram a escrita, levando à descoberta de significados novos ou ainda ocultos? Há tempos, escritores como Samuel Beckett, Clarice Lispector, Primo Levi e muitos outros se debruçam sobre os sentidos de fragmentos e rastros de arruinamento que, desde o passado, iluminam o presente, traduzido numa escrita potente e original. Ruína e destruição permeiam, em alguma medida, todos os tipos de texto, não apenas as distopias mas até mesmo comédias românticas.
O que compreendemos por ruína? O que nos conta? Quais seus signos? A partir da leitura comparativa de fragmentos de romances e contos, este misto de curso e oficina analisa e discute a escrita que parte da ruína, convidando os participantes a produzirem pequenos textos explorando essa ampla dimensão da literatura.