Produzir ficção é, em certa medida, um exercício de imaginação. E há várias maneiras de colocar a imaginação em funcionamento. Uma delas é exercitando as possíveis variações de um texto. Ferreira Gullar dizia que, quando o autor começa a escrever um texto não sabe o que vai acontecer, porque, diante da página em branco, todas as possibilidades estão abertas. Uma palavra colocada – que também pode vir do acaso – já orienta as seguintes. Algumas possibilidades se abrem e outras são excluídas. Mas se variarmos essa primeira palavra, um novo mundo de alternativas se abre, como na música Construção, de Chico Buarque, ou no livro Manual de Acrobacia n. 1, de Carlos Augusto Lima.

Nesta oficina, veremos como a variação pode determinar a própria forma do texto ficcional (seja ele prosa ou poesia). Propondo aos participantes exercícios de criação literária a serem compartilhados e discutidos, vamos explorar nos encontros esse ótimo procedimento de escrita como ajuda na produção de textos.