A história da literatura é rica em listas, que podem ser infinitas ou finitas, reais ou imaginárias, pragmáticas ou sonhadoras, circunscritas a um tempo e espaço específicos ou então dispersas no ar da abstração. Não à toa, as listas têm um grande poder de atração, explorado por vários escritores.
Afinal, elas são um modo de apreender o mundo, unindo a observação dos detalhes com a nossa vontade de totalização. Desde o catálogo de naus da Ilíada até a lista de bichos que entraram na arca de Noé; da bagagem restante de Robinson Crusoé até os objetos prosaicos na mesa do protagonista do romance Ulisses; de tudo que trazem as Águas de Março, passando pela crônica das maneiras como O Amor Acaba, esta oficina de escrita percorre diversas listas notáveis da literatura, destacando seu potencial construtivo numa narrativa.
A partir desses e outros exemplos, a proposta é que os participantes da oficina componham e troquem entre si suas próprias listas, com o objetivo de explorar os mais diferentes efeitos narrativos que esse tipo fascinante de texto pode alcançar.